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19 de mai. de 2009

A AVANÇADA TECNOLOGIA MINEIRA

Conta-se que durante escavações nos EUA, arqueólogos descobriram, a 100 m de profundidade, vestígios de fios de cobre que datavam do ano 1000. Os estadunidenses concluíram que seus antepassados nativos já dispunham de uma rede telefônica naquela época!







Os argentinos, para não ficarem para trás, escavaram também seu subsolo, encontrando restos de fibras ópticas a 200 m de profundidade. Após minuciosas análises, concluíram que elas tinham 2.000 anos de idade. Os argentinos concluíram, triunfantes, que seus antepassados já dispunham de uma rede digital a base de fibra óptica quando Jesus nasceu!





Uma semana depois, em Belo Horizonte (Bel'zonte), foi publicado a seguinte notícia:

"Após escavações arqueológicas no subsolo de Contagem, Betim, Barbacena, Formiga, Juiz de Fora, Lavras, Varginha, Pouso Alegre, Poços de Caldas, Itajubá, Cataguases, Araxá, Lagoa Dourada, São João del Rei, Paraisópolis, Uberlândia, Araguari, Monte Alegre, Uberaba, Santo Antonio do Monte, Divinópolis, Pará de Minas, Cambuí, Vazante, Ituiutaba, São Pedro do Suaçuí, Pitangui, Patos de Minas, Patrocínio, Viçosa, Ponte Nova, Timóteo, Três Corações, Inhapim, Florestal, Muzambinho (Manhuaçu e Manhumirim, inclusive),e diversas outras cidades dentre os 853 municípios mineiros, até uma profundidade de 500 metros, os cientistas mineiros não encontraram... absolutamente nada.

Assim se conclui que os Mineiros já dispunham, há 5.000 anos, de uma rede de comunicações sem-fio: wireless!


*É por isso se pronuncia 'uai'reless..."*

SÓ ENTENDE QUEM É CEARENSE

O Linguajar Cearense
De Josenir A. de Lacerda
da Academia dos Cordelistas do Crato - Ceará - Brasil




Todo poeta de fato
É grande observador
Seja da rua ou do mato
Seja leigo ou professor
Faz verdadeira pesquisa
Vasto estudo realiza
Buscando essência e teor

Por esse nato talento
Na hora de versejar
Busca o tema e o momento
Visa o leitor agradar
Não sente conformação
Se não passa a emoção
Que dentro do peito está

Neste cordel-dicionário
Eu pretendo registrar
O rico vocabulário
Da criação popular
No Ceará garimpei
Juntei tudo, compilei
Ao leitor quero ofertar

Se alguém é desligado
É chamado de bocó
Broco, lerdo e abestado
Azuado ou brocoió
Arigó e Zé Mané
Sonso, atruado, bilé
Pomba lesa e zuruó

Artigo novo é zerado
Armadilha é arapuca
O doido é abirobado
Invencionice é infuca
O matuto é mucureba
Qualquer ferida é pereba
Mosquito grande é mutuca

Quem muito agarra, abufela
Briga pequena é arenga
Enganação, esparrela
Toda prostituta é quenga
Rapapé é confusão
De repente é supetão
Insistência é lenga-lenga

Qualquer tramóia é motim
Solteira idosa é titia
Mosquitinho é mucuim
Recipiente é vasia
Meia garrafa é meiota
O exibido é fiota
Travessura é istripulia

Bebeu muito é deodato
Brisa leve é cruviana
O sujeito otário é pato
Cigarro curto é bagana
Fugir é capar o gato
O engraçado é gaiato
Quem vai preso tá em cana

Ter mesmo nome é xarapa
Muito junto é encangado
Água com açúcar é garapa
Cor vermelha é encarnado
Muita coisa dá mêimundo
Sendo Mundim é Raimundo
Valentão é arrochado

A rede velha é fianga
Com raiva é apurrinhado
Careta feia é munganga
Baitinga é o mesmo viado
O bom é só o pitéu
Bajulador, xeleléu
Sem jeito é malamanhado

Bater fofo é não cumprir
tecetera é escambau
Sujar muito é encardir
Quem acusa, cai de pau
Confusão é funaré
Carta coringa é melé
Atacar é só de mau

Qualquer botão é biloto
Mulher difícil é banqueira
Pequenino é pirritoto
Estilingue é baladeira
Qualquer coisa é birimbelo
Descorado é amarelo
Sem requinte é labrocheira

Um perigo é boca quente
Porco novo é bacurim
Atrevido é saliente
Quem não presta é corja ruim
Dedo duro é cabuêta
A perna torta é zambêta
Coisinha pouca é tiquim

Parteira era cachimbeira
Dar mergulho é tibungar
Tem cucuruto, moleira
Olhar demais é cubar
Tem ainda ternontonte
Que vem antes do antonte
Ver de soslaio é brechar

Quem briga bota boneco
Sem valor é fulerage
Copo pequeno é caneco
Estrada boa é rodage
O tristonho é capiongo
Galo ou inchaço é mondrongo
E a ralé é catrevage

O velho ovo estrelado
É o bife do oião
Nervoso é atubibado
Repreender é carão
O zarôlho é caraôi
Enviezado, zanôi
Inquieto é frivião

A perna fina é cambito
Dar o fora é azular
Muito magrelo é sibito
Pisar manco é caxingar
Rede pequena é tipóia
Tudo bem é tudo jóia
Fazer troça é caçoar

A expressão 'dá relato'
Que atinge mais de légua
'Tá ca peste!' 'Só no Crato!
'Tá lascado!' e 'Aarre égua!'
'Corra dentro!' ' Qué cirmá? '
'É de rosca? 'Éé de lascar! '
'Vôte!' 'Ôxente! 'Isso é paid'égua!'

Se é muito longe, arrenego
Que Deus do céu nos acuda
É pra lá da caixa prego
Lá no calcanhar do juda
Nas bimboca ou cafundó
Nas brenha ou caixa bozó
Onde o vento a rota muda

Se é cheia de babilaque
É ispilicute ou dondoca
Ligeiro é 'que nem um traque'
Agachado é tá de coca
Sem rumo é desembestado
O faminto é esguerado
Bolha na pele é papoca

Chamuscado é sapecado
Nuca, cangote é cachaço
Meio tonto é calibrado
A coluna é espinhaço
Se está adoentado
Tá como diz o ditado:
'da pucumã pro bagaço'

Cearense tem mania
Chama todo mundo Zé
Zé da onça, Zé de tia
Zé ôin ou Zé Mané
Zé tatá ou Zé de Dida
Achando pouco apelida
Um bocado de Zezé

Fazer goga é gaiofar
O que é longo é cumprissaio
Provocar é impinjar
Toda pilôra é desmaio
Salto ligeiro é pinote
Bando, turma é um magote
Cesto sem alça é balaio

A comidinha caseira
Tem fama no Ceará
Tipicamente brasileira
Faz o caboco babar
No bar do Mané bofão
Pau do guarda, panelão
O cardápio vou citar:

Sarrabulho, panelada
Mucunzá e chambari
Tripa de porco, buchada
Baião de dois com piqui
Tem pão de milho e pirão
Carne de sol com feijão
Tijolo de buriti

Quem é ruivo é fogoió
O tristonho é distrenado
Tornozelo é mocotó
Cheio de grana, estribado
Jarra de barro é quartinha
O banheiro é a casinha
Sem saída, 'tá pebado'

A bebida e o seu rol
No Ceará todo habita
A fubuia e o merol
A truaca e a birita
Amansa sogra ou quentinha
Engasga gato, caninha
A meropéia e a mardita

O picolé no saquinho
Aqui se chama dindin
Se é o dedo menorzinho
É chamado de mindin
Riso sonoro é gaitada
Confusão é presepada
Atrevido é saidin

Papo longo e sem valor
É 'miolo de pote'
Muito esperto é vívido
Adolescente é frangote
Soldado raso é samango
A lagartixa é calango
O tabefe é cocorote

A lista é quase sem fim
Não cabe num só cordel
Tem alpercata, alfinim
Enrabichada e berel
Chué, baé, avexado
Bãe de cúia, ôi bribado
Quebra-queixo e carritel

Tem visage, sarará
Tem bruguelo e inxirido
Rabiçaca e aluá
Ispritado e zói cumprido
Bunda canastra, lundu
Dona encrenca, sabacu
Bonequeiro e maluvido

O cearense é assim:
Dá cotoco à nostalgia
A tristeza leva fim
Na cacunda dá euforia
dá de arrudei na carência
Enrola a sobrevivência
e embirra na alegria

O INGLÊS DO CEARÁ OU CEARENGLISH

What the hell is that?
...Diabéisso?

Hurry up!
...Avia, homi!

Take it easy!
...Se avexe não!

Don't be stupid!
...Deixe de ser jumento

Let's go, fellows!
...Rumbora, negada!

No thanks!
...Carece não!

Very far away!
...Lá na casaducarai!

Very good!
...Danado de bom!

This way...
...Pêralí...

More or less ...
...Marromeno...


Straight ahead...
...No rumo da venta...
...No rumo da renta...

Get out of the way!
...Ó umêi!
...Sai do mêi!
...Arreda, negrada!

That's cool!
...É pai d'égua!

I give up!
...Eu peço penico!

Wait for me!
...Perainda!

Hey, mister!
...Psiu! Ei, seu Zé!

Son of a bit...!
...Fíi duma égua!

Come to me, baby!
...Ande, Tonha!

Where are you going?
...Onturrai?

Where are you comming from?
...Donturreim?

Terremoto de 7° na escala Richter em Icó no Ceará

Depois dos terremotos ocorridos na Ásia, o Governo Brasileiro resolveu instalar um sistema de medição e controle de abalos sísmicos, que cobre todo o país. O então recém-criado Centro Sísmico Nacional, poucos dias após entrar em funcionamento, já detectou que haveria um grande terremoto no Nordeste do país. Assim, enviou um telegrama à Delegacia de Polícia de Icó, uma cidadezinha no interior do Estado do Ceará. Dizia a mensagem:

"Urgente. Possível movimento sísmico na zona.
Muito perigoso. Richter 7. Epicentro a 3 km da cidade. Tomem medidas e informem resultados com urgência."

Somente uma semana depois, o Centro Sísmico recebeu um telegrama que dizia:

"Aqui é da Polícia de Icó. Movimento sísmico totalmente desarticulado. Richter tentou se evadir, mas foi abatido a tiros. Desativamos as zonas e todas as putas estão presas. Epicentro, Epifânio, Epicleison e os outros cinco irmãos estão detidos. Não respondemos antes porque houve um terremoto da p... aqui"

15 de mai. de 2009

Mudança climática será o maior flagelo do século 21

Saiu hoje nos noticiários:

Nem aids nem gripe suína. A maior ameaça para a saúde no século 21 são as mudanças climáticas, que trarão ondas de calor, falta de alimento e, para países tropicais como o Brasil, um avanço da malária, cólera e da dengue. A solução não está apenas em reduzir as emissões de CO2, mas tirar milhões da pobreza e mudar o padrão de vida da camada mais rica. Pesquisa da revista The Lancet e da University College de Londres alerta que as maiores vítimas serão os pobres, mesmo que não sejam os maiores poluidores.

Sistemas de saúde de muitos países poderão ser colocados sob alta pressão e alguns até entrariam em colapso. A ?injustiça social? da questão climática é um dos focos do alerta. Segundo o estudo, essa desigualdade será ?uma fonte de vergonha histórica para nossa geração se nada for feito?. O texto diz que ?os ricos verão que estão vivendo em um mundo mais caro, inconveniente, desconfortável e mais imprevisível. Os pobres morrerão?.

A pesquisa diz que as previsões de alta na temperatura são conservadoras e indica que uma elevação de 2°C já seria desastrosa. Entre 260 milhões e 320 milhões de pessoas a mais do que o normal seriam afetadas pela malária até 2080. Na África, a elevação de 1°C multiplicaria por dez o número de mosquitos. A dengue seguiria padrão similar e doenças como esquistossomose e leishmaniose também cresceriam.

FONTE: http://www.opovo.com.br/saude/877865.html

E o meu comentário:

O ser humano não tem competência nenhuma para gerir sua existência enquanto humanidade. Perde-se em riquezas materiais, holofotes, poder, supérfluo, maquilagem... Usando a linguagem que a maioria das pessoas conhecem, a do poder/dinheiro, é como entregar a gestão da maior e mais rica empresa do mundo que vocês possam conhecer a traficantes. Num piscar de olhos dilapidam, roubam, aviltam, assasinam ... E isto tudo está acontecendo num piscar de olhos em relação aos milhões de anos de existência do planeta Terra...que não é nosso, é de todos os seres vivos que aqui habitam. Nós somos a pior espécie que já pisou estas terras.



13 de mai. de 2009

ÉTICA E FELICIDADE

Alguém pode não saber ler ou nunca ter ouvido falar de ética, mas só

será feliz se for ético. Ética não é uma condição que a gente tem de

atender para agradar a empresa ou ao chefe; não é recitar códigos ou

doutrinas.

Ética é o que fica da vida que levamos, das coisas que fazemos todo

dia, agora; é o saldo que resta em nosso coração das ações que

praticamos. Não se pode aprender ética apenas em livros ou em aulas e,

menos ainda, em palestras. Ela está lá no Evangelho de Jesus: no

Sermão da Montanha e em muitas outras passagens. Mas não é difícil

encontrar a ética dentro de nós, saber o melhor caminho a seguir.

A felicidade de comercial não é sustentável. A satisfação dos

cartões de crédito, do consumo, dos vícios ou da corrupção. A

felicidade que tira dos outros, diminui muito mais de nós mesmos. Isto

não é moralismo, não é pieguice, é realidade! "Ignorante" é o nome

dado por Sócrates a quem ainda não sabe disso. Todo mundo vai

descobrir que o mal não vale a pena, que o egoísmo não constrói nada,

só estraga, destrói. De uma maneira ou de outra vai descobrir disso. A

boa vontade será a melhor maneira e a decepção, a pior. . .

Não precisamos sofrer tanto para aprender que a vida é muito mais

ajudar e compartilhar do que competir, ferir e derrotar. Quem tem o

coração cheio de amor, tem ética, naturalmente. Ética é não estar

preocupado com a reputação, mas com o caráter. O comportamento

espontâneo, generoso e fraterno, é ético.

Quando a ética não é uma escolha, mas um dever imposto pela

consciência, isto é ética. Quando estamos empenhados em dar o melhor

de nós e não em sermos os primeiros, isto é ética.

Quando nos esforçamos para ter bondade e não para aparentar bondade,

isto é ética.

Quando o cuidado com os sentimentos dos outros lapida a dureza das

palavras, isto é ética.

Quando olhamos para os outros e nos colocamos no lugar deles, quando

vemos Deus nos outros, isto é ética. Quando perdoamos, deixando espaço

livre na nossa memória para paisagens de ternura e humanidade, isto é

ética.

Quando descobrimos uma qualidade nova em alguém que não gostamos,

isto é ética. Quando identificamos em nós algum defeito e enxergamos

como a vida é maravilhosa, isto também é ética.

Quando não nos vingamos de quem nos prejudicou, mesmo tendo a

oportunidade ideal, isto é ética. Quando olhamos os filhos dos outros

como nossos próprios filhos e os empregos dos outros como o nosso

"ganha pão", isto é ética. Quando sabemos que o dinheiro, o conforto,

a posição ou o status de que desfrutamos são apenas privilégios e não

direitos, pois podem nos ser tirados a qualquer momento pelo

infortúnio, pelo imponderável ou pela morte: isto é ética!

Quando aquilo em que acreditamos não é expresso como uma declaração

de princípios, mas sai da nossa boca como poesia, isto é ética! Quando

somente conseguimos conspirar pela felicidade dos outros, isto é

ética.

Quando sabemos que o amor pela pedra, pelo inseto, pela planta, pela

brisa e por todas as coisas, que a ação em benefício de alguém que nem

conhecemos e que a gratidão pela vida são tesouros permanentes, isto é

ética. Quando sentimos que o amor invadiu cada sílaba que

pronunciamos, cada lembrança, cada gesto, olhar e tarefa, enfeitando o

templo do coração com as flores do bem, isto é felicidade.. .


Texto recebido por e-mail e atribuído ao

Prof. Emerson Barros de Aguiar, doutor em Filosofia pela Universidad

de Zaragoza (Espanha), Escritor e Professor Universitário em João

Pessoa (PB).

11 de mai. de 2009

ISSO DE AMIZADE...

Ah, esse fenômeno instigante, o das amizades que se mantêm independentes da convivência. Será amizade? Será saudade comum dos anos vividos em amizade? Será saudade dos anos felizes ou uma afinidade que se espraia no tempo? Não sei responder. Sei que com algumas pessoas – poucas – há uma insistência teimosa em desejar ver, trocar idéias e experiências, creio, pela certeza da reciprocidade e do “ser aceito”

Sim, talvez seja a certeza de ser aceito, uma das maiores necessidades humanas neste mundo de incompreensões. Talvez seja a necessidade da existência de certeza prévia de acolhimento ao que somos, como somos e ao que pensamos, o fermento da amizade. O mistério da amizade talvez resida no alívio que traz a existência de alguém que nos acolha. Digo acolha e, não, recolha – aí já seria dependência de um lado e paternalismo do outro.

Acolher significa receber de bom grado, previamente, sem julgamentos ou resistências. É molesto o fato de que os seres humanos vivam a julgar e que suas opiniões prévias interponham barreiras na comunicação, dificultando-a. O mistério da afinidade consiste na inexistência das resistências ao outro, mesmo quando haja discordância. Isso não deriva apenas de afeto. Quantas vezes há afeto entre as pessoas sem, porém, a aceitação natural, espontânea e prévia?

Verifique nas amizades tidas e vividas ao longo da vida, o que delas restou. Haverá muita vivência, boa e má. Raramente, porém, restará a amizade... com os anos, vão se tornando escassas as amizades que atravessaram o terreno íntimo que lhes é próprio sem arranhões e sem mágoas, restando, como fruto, após ingentes experiências humanas e existenciais, apenas – e já é tanto... – a amizade.

Amizade é o que resta da amizade. Se o que resta de uma amizade é amizade, então amizade é. Da verdadeira!

Texto recebido por e-mail e autoria atribuída a
Artur da Távola

10 de mai. de 2009

Atonismo

Você aqui perdido
nesse triste sobe e desce intelectual
nasceu de um brilho flamejante
na espada que corta e dilacera
a língua ruída da solidão e descrença.

Vai você vai
siga seu caminho anônimo e perâmbulo
sonâmbulo e sem rumo
cego e surdo
a gritar rumores amores e desamores

onde ficará a semente?
Nascerá?
o vento muda e se vai
o frio congela
o sol queima
nada revela-se
Haverá força para sobreviver?
Uma luz no brilho da esperança.

Irene Nousiainen
10/05/2009

6 de mai. de 2009

O QUE FAZER NA ATUAL CRISE MUNDIAL

Bem. Em primeiro lugar, há que se pensar: de qual crise se está querendo falar: financeira, ambiental, alimentar, saúde, social, cultural...? Pois é, infelizmente devemos ressaltar que há várias crises graves acontecendo concomitantemente. Algumas, com efeitos de curtíssimo prazo, dão "ibope" porque mexem diretamente nos bolsos das pessoas, como a financeira. Outras, com conseqüências, às vezes mais desastrosas ainda para toda a humanidade, não chamam tanto a atenção.

É o que estamos vivendo neste momento. Há poucos meses, antes de explodir no mundo a crise financeira americana, havíamos postado no blog Cultura Biocêntrica o relatório da WWF que alerta os seres humanos, habitantes do Planeta Terra, para resultados ambientais desastrosos já em 2030, caso continuemos a consumir os recursos naturais e devolver ao planeta imensas quantidades de lixo, desde os perecíveis ou biodegradáveis de curto prazo até os que levam milhares de anos para serem absorvidos pela natureza. Isto é, em 2030 não haverão mais recursos naturais para manutenção da vida em nosso planeta. A leitura que faço de uma notícia dessa é calamitosa e quase nada ouvi nos noticiários sobre o assunto, quase nada ouço nas rodas de conversas.

A questão da fome mundial é outra notícia conhecida nossa de anos e anos, acompanhadas de todas as formas de ferramentas necessárias para sensibilização: imagens, textos, discussões, etc.

Hoje recebi mais uma dessas mensagens instantaneamente chocantes que rodam a Web. Chamo de instantâneas, porque percebo que elas sacodem as pessoas enquanto as lêem e depois passam para o nível do esquecimento, retornando à memória, apenas quando se ouve algum comentário sobre o assunto, para se mostrar que está "por dentro ". A verdade é que a grande maioria está "por fora" de atitudes próprias e individuais que mobilizem uma cadeia de atitudes revolucionárias em nosso comportamento individual e relacional com a vida como um todo.

Precisamos de atitudes já, agora, ontem...sem delegar a outros. Todos nós, sem exceção, somos responsáveis por tudo o que está acontecendo em nossa casa Terra. Então, comece em sua própria casa, consuma somente o que realmente é importante e ecologicamente viável, economize a tão preciosa água, a energia, minimize seu lixo, prefira o que é saudável para todos e para o planeta, se puder prefira o ônibus ou metrô, melhor ainda se puder usar bicicleta ou ir a pé mesmo....são tantas possibilidades que podemos escolher! Basta procurar. A Web está aí para isso, socializar e compartilhar novos e bons conhecimentos. Todos podemos escolher, sempre!

Sobre o texto que comentei, fazendo referência ao autor ali citado (sem garantia), o reproduzo a seguir. É exatamente o que vinha debatendo sobre tudo isso.

Irene Nousiainen


Texto do Vice-Presidente de Criação e sócio da Bullet, Muniz Neto, sobre a crise mundial.

"Vou fazer um slideshow para você.
Está preparado?
É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas.

Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.
Aquelas com moscas nos olhos e aquela famosa deitada sobre si mesma, pele e osso, com um urubu faminto atrás somente à espera de que seu prato esteja pronto para degustação.

Os slides se sucedem.

Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta. Gente pobre. Gente sem futuro.

Durante décadas, vimos essas imagens. No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto. Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.

São imagens de miséria que comovem.

São imagens que criam plataformas de governo. Criam ONGs. Criam entidades. Criam movimentos sociais.

A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza.

Ano após ano, discutiu-se o que fazer. Anos de pressão para
sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta.

Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários
para resolver o problema da fome no mundo.
Resolver, capicce? Extinguir.

Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta.

Não sei como calcularam este número. Mas digamos
que esteja subestimado. Digamos que seja o dobro. Ou o triplo.
Com 120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.

Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse. Não houve documentário, ONG, lobby ou pressão que resolvesse.

Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 2.2 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1.5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia.

É uma pena que esse texto só esteja em blogs e não na mídia de massa, essa mesma que sabe muito bem dar tapa e afagar.

Se quiser, repasse. Se não, o que importa?

O nosso almoço tá garantido mesmo..."